segunda-feira, 25 de maio de 2009

...the way thing go...

Dêem uma boa olhada nesse vídeo, e se puderem comprar o original, eu recomendo. Abaixo, comentário.



Embora apenas um trecho, já é bastante elucidativo do que deve ser o restante. Tive a oportunidade de ver o filme inteiro numa aula de história da arte na faculdade.

Os artistas são Peter Fischli and David Weiss, e a obra data de 1987. O interessante é que, mesmo sendo bastante conceitual, a obra tende a agradar a todos, mesmo aqueles que não procuram por seu sentido.

O que vejo nele é o desencadear de fatos, ações, "the way thing go" (nome da obra), apresentando uma metáfora bastante coerente com o dia a dia do homem. Uma sucessão de fatos aparentemente aleatórios, que na verdade vêm em parte desencadeados por acontecimentos precedentes, e que determinam até certo ponto o leque de possibilidades que vêm a acontecer (não questiono aqui a existência do livre arbitrio, mas aponto que a vida não é um arrebanhado de possibilidades equivalentes, mas na inclusão de umas e exclusão de outras a cada momento. Se estou em São Paulo agora, dificilmente poderei estar na França nas próximas horas. Isso já muda se optar por estar no aeroporto. Mas por não ter passaporte, minha gama de possibilidades novamente se reduz para o mercosul. E assim por diante).

Além disso, é interessante observar o nível técnico da obra. É uma pequena mostra de que, ao contrário do que muitos propõem, a arte contemporânea possui sim qualidades técnicas interessantes. Diferentes de épocas anteriores em alguns casos, mas ainda assim igualmente relevantes.