quarta-feira, 19 de novembro de 2008

...minimalismo e design minimalista...

Pronto. Deixo aqui o PDF final da minha pesquisa sobre arte e design minimalista. Devo confessar que não está totalmente acessível, pois envolve alguns pontos de análise semiótica, artistas específicos, movimentos do design que são necessários certo envolvimento, etc. Mas, de qualquer maneira, achei o resultado razoavelmente satisfatório, e por isso o disponibilizo por aqui.


Estou bastante feliz inclusive pois o conteúdo sobre esse tema em terras brasilis é ínfima. Mesmo fora daqui, design minimalista é um assunto meio nebuloso, cheio de preconceitos e senso comum. Boa leitura (caso a paciência o permita...).

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

...imagem temporal...

Esse será por certo um post que foge do conteúdo habitual... Não vou dizer que não falarei de arte, pois o vejo como tal. Mas será algo mais pessoal, que me impeliu a escrever... Trata-se de algo que me tocou quando vi uma imagem e que me fez pensar e rever algumas coisas. Aqui está ela (espero não ser processado pelo autor...)


Não é uma pintura, nem uma gravura, nem um desenho à mão de genero algum, nem mesmo uma fotografia, mas uma imagem 3D (fora esse paradoxo nominal, é isso mesmo). O leitor pode se perguntar o motivo dessa imagem, e ñão qualquer outra coisa de arte contemporânea. Bom, como disse antes, isso me obrigou a escrever, não tive escolha... A imagem por si fala bastante já, mas o texto acompanhante acrescenta algo a ela:

"When i was little guy, i usually went on my vacations to one small city called Itobi (São Paulo – Brazil) with 8.000 habitants, in my aunt´s house.
After 9 years, i come back this one to enjoyed a weekend, and then i has a nice idea!
In the truth, i was thinking about my life, how fast the time passes, and how long the things changes, then i decided to make this work."

Impressionante, não? O que essa imagem mais me tocou é quanto a essa poesia absoluta de correspondência entre seu conteúdo e sua descrição. A sutileza é algo que a torna ainda maior. O autor, Pedro Conti (o leitor atencioso vai perceber que é ele também o dono das fotos da performance dos irmãos guimarães logo abaixo), da mesma maneira que eu fui impelido a escrever sobre essa imagem, foi também impelido a fazê-la. Como que uma necessidade. As imagens que possuimos da nossa infância, adolescência, ou qualquer das fases, são algo de muito forte e precioso, pois fazem parte da nossa inscrição na realidade, da nossa atuação no tempo e espaço, por menores que tenham sido. E que forma melhor de perpetuar esses traços que não nossa própria impressão a respeito deles? Uma fotografia pode dizer muita coisa. Pode alocar no tempo o ocorrido, pode precisar as pessoas presentes, ou qualquer outro fator visual naquele momento, mas ainda assim, seu fator subjetivo 'e reduzido se comparado com uma produção manual e pessoal, vinda da alma, e não dos sentidos, não do racional. E é justamente isso que me chamou a atenção nessa imagem e me incomodou: o que eu faço para perpetuar de maneira íntegra os sentimentos e emoções dos momentos marcantes da minha vida? e o leitor?

Sobre a imagem em si, há muitos os pontos que descrevem esse momento pessoal que tornam extremamente viva a vivência a que o autor nos quis passar: a bicicleta ao canto da casa, pequeníssimas aves ao fundo do céu, uma pequena pipa sobrevoando e tudo observando, e o mais forte de tudo, dois pés de chinelo estirados no chão, a formar um gol, característica fortíssima da capacidade criativa das crianças, e uma bola mucha, mas que isso tanto faz... Mucha ou cheia, o resultado é o mesmo... Diversão.

O modo como essa sensação foi exposta foi algo sublime. De tal forma que, como eu disse, eu TIVE que escrever... E aqui está.