Constantin Brancusi, há quem diga, paradoxalmente, foi um minimalista. Bobagem. Seus trabalhos datam do início do século XX, contemporâneo a Rodin. No contexto em que se encontrava, é impossível o encaixar em alguma vanguarda. Não é cubista, nem expressionista, menos ainda geométrico, não é futurista, etc. Sua obra é única.
É comumente associado ao minimalismo pela sua linguagem limpa, sem adornos, sem firulas, nem qualquer coisa que ditraia o olhar do observador à forma e conteúdos básicos de seus trabalhos. No entanto, a linguagem industrial, ou a serialização, ou mesmo o diálogo da obra com o entorno, não existem em geral nos trabalhs de Brancusi. Há materiais que se aproximam mais, mas um link que poderia chamá-lo de minimalista, não.
Mas também não se pode negar que tenha sido forte influência a artistas da estética minimal, como o próprio Carl Andre afirma (este desenvolveu trabalhos que remetiam e se relacionavam com a coluna infinita de brancusi, por exemplo). Já foi postado algo sobre ele.
Esse trabalho do artista chama-se "Passaro no Espaço". Possui variações em outros materiais do mármore. A beleza do trabalho está na simplicidade da forma como brancusi representa uma ave. Não a expõe claramente ao observador, não escancara seu conteúdo, mas deixa apenas signos do que seria. Ave no espaço remete instantaneamente a vôo, a movimento, mas ao mesmo tempo, estabilidade, graça. O sígno escolhido pelo artista para expressar todas essas características é precisamente um rasgo no espaço, um traço de um momento instantâneo que uma ave cortaria determinada região, associado a leveza do próprio material que, embora seja pedra, é leve ao olhar, e liso e quase que macio ao tato visual. O olhar vai deslizando, escorregando pelo entorno do trabalho, que possui linhas bastante suaves, mas decididas.
Há um site no nome do homem, mas que servirá apenas pela sua história e livros sobre ele...
segunda-feira, 19 de maio de 2008
...tal pai, tal filho...
Marcadores: arte moderna, brancusi, carl andre, constantin, minimalismo, pássaro no espaço
segunda-feira, 12 de maio de 2008
...minimalismo tupiniquim...
O título é apenas uma ironia. O Neoconcretismo não realmente é uma versão brasileira do movimento americano, mas partilha de muitos pontos. Um deles é a crítica ao positivismo na arte, defendendo a fenomenologia, dessa forma assumindo ao trabalho artístico características subjetivas tanto inerentes ao material quanto ao observador que visita a exposição.

Marcadores: arte concreta, construtivismo, helio oiticica, minimalismo, neoconcretismo
sexta-feira, 9 de maio de 2008
...bolhas ambientalóides...
Não, não esqueci que iria falar de um artista português, mas é que procurando uma boa exposição para ir, achei no site do Centro Cultural Banco do Brasil uma exposição da artista Sonia Guggisberg , e pesquisando mais sobre seus trabalhos, não resisti e decidi postar algo sobre ela.
