sexta-feira, 9 de maio de 2008

...bolhas ambientalóides...

Não, não esqueci que iria falar de um artista português, mas é que procurando uma boa exposição para ir, achei no site do Centro Cultural Banco do Brasil uma exposição da artista Sonia Guggisberg , e pesquisando mais sobre seus trabalhos, não resisti e decidi postar algo sobre ela.

Segundo o site do próprio banco, Sonia é uma artista da década de 90, com algumas exposições importantes no curriculum, e um trabalho bastante consistente. Por meio de inserções inusitadas, interferências, e instalações, aborda um tema bastante em voga no circulo ambientalista, que é o problema da água. Não é a primeira artista a tratar dele, Cildo Meireles já o fez em seu trabalho "Elemento desaparecendo, elemento desaparecido", trabalho no qual cria sorvetes de água e os vende ou dá a quem quiser, com uma frase no palito "elemento desaparecendo", que depois de completamente consumido, se pode ler "elemento desaparecido", trabalho esse que inclusive esteve "exposto" (sé é que se pode falar assim dele...) na no itaú cultura no início de 2008.

Embora ambos tratem da água, a abordagem acaba sendo diferente. Cildo coloca-a como algo inerente ao homem, o faz consumir seu objeto de arte, que só existe por certo tempo. Ou é devorado pelo "consumidor" de arte, ou se desfaz por si só. Já Sonia, em sua série Bolhas Urbanas (2006-2007), usa-a como material parte de suas obras, que podem ser permanentes, embora mutantes. Possui um carater muito mais visual que interativo.
São como que oasis em meio à selva de concreto, isolados por finas e transparentes camadas plásticas, que permitem que de fora se veja o interior, se veja as gotas de água que se condensam na superfície interna da bolha pela evaporação, ao mesmo tempo, incitam ao toque, pois parecem moles, frios, etc, atraíndo o observador a aproximar-se, parar, reparar, afinal, são plasticamente bastante belas. Possuem uma forte vitalidade, pois remetem às estufas onde se criam plantas, ou mesmo a ambientes ideais para proliferação de seres. É um lugar deslocado, isolado, ao mesmo tempo que inserido e atuante na paisagem.
Há mais sobre a artista no Canal Contemporâneo.

Um comentário:

Anônimo disse...

queria enviar releases de mostras de arte em sp para seu blog. meu nome é décio - dgiorgi@uol.com.br . qual é seu email? um abraço e obrigado, décio