segunda-feira, 25 de agosto de 2008

...agrupamento minimo...

Continuando a coleção de posts sobre artistas minimalistas e pós-minimalistas, hoje encontrei algo bastante interessante. Essa obra, Stack, 1975, é do artista Tony Cragg, normalmente alocado no grupo dos pós-minimalistas. E aqui podemos encontrar um exemplo da influência de Rauschenberg nesse movimento.

Já sabemos que uma das características do movimento é a tentativa de universalização da forma através de formas puras, básicas, como o é o cubo, a esfera, o cilindro (formas já apontadas por cezanne como constituintes de todas as outras do mundo). E outro elemento característico do minimalismo é a apropriação de materiais industriais na construção de suas obras. Nesse trabalho encontramos ambas as características de certa forma, mas ao mesmo tempo encontramos outra, mais pertencente ao pós-minimalismo, que é o conceito por trás da obra. Podemos observar que a forma é de um cubo, que sua construção está de tal forma juntada que a gestalt geral do conjunto é algo que chama a tenção pela paradoxal uniformidade de texturas, de formas internas e de paleta cromática. Essa diversidade de materiais provém justamente dos objetos coletados pelo artista para a montagem da obra: são todos objetos ready-mades da construção. São blocos, cimento, madeira, etc., ou seja, materiais que constituem o mundo, que são a presença do ordenamento do homem na terra, do ordenamento do espaço, tão estudado pelos minimalistas. É essa característca de apropriação e de conversa com a interferência do homem no meio que aproximam os trabalhos de tony Cragg, de Iran do Espírito Santo e de Damian Ortega. Ambos trabalham com esse mesmo tema, seja pelos materiais, seja pela ferramenta, seja pela ação.
Outra característica compositiva da obra é o modo como Cragg faz para organizar seus materiais: os coloca todos horizontais, mantendo o equilíbrio com a altura da escultura (2m).
Para mais trabalhos do artista, visite o site da Tate Modern.

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