terça-feira, 6 de janeiro de 2009

...formas coloridas...

Ano novo vida nova? Não, a vida é a mesma, mas de fato, a mudança de ano nos possibilita repensar nossos atos de maneira a quem sabe encontrar novas proposições de atuar. Isso é algo inconciente e acontece sem que percebamos... É como, numa comparação já batida, um caderno em branco. Todo novo caderno que pegamos para começar anotações como que fazemos um propósito de organização, de letra bonita e de não escrever nele bobagens, nem arrancar suas folhas. E assim é um novo ano!


O que pensei para esse ano? Ora, ser diferente! Mas isso é para outros posts, outras histórias. Quanto ao blog, pretendo ser mais constante nele... É só ver o ultimo post de quando data... É... faz um tempo... O importante é não parar!

Uma coisa que reparei também é que de dezembro pra cá, meu número de acessos diários caiu drasticamente. De quase 30 por dia, agora são 2 ou 3, num ápice de 7. Me parece que o pessoal que acessa esse blog é constituído basicamente de estudantes, que estando de férias, páram de estudar. Eita, brasilzão, né? Mas beleza, vou continuar gerando conteúdo para eles, para que nos seus trabalhos do semestre que iniciar-se-á em fevereiro/março, continuem tendo material de referência. Agora, ao post.

Hoje, de volta à pintura, escreverei sobre uma artista brasileira chamada Gabriela Machado. Como um caminho natural, a artista começou sua pintura figurativamente, com naturezas mortas, e agora pinta de maneira abstrata (Iberê Camargo também passou por esse caminho, depois finalizando sua vida de volta à figuração, embora de maneira pouco figurativa... É, essa sua fase final merece um post só para ele... Vejamos se terei capacidade para isso algum dia...). E é essa fase que aqui se encontra.

A obra ao lado faz parte da sua série "Cascas", de 2005. A fartura de tinta e de cores é algo bastante instigante nela, contrapondo-se à grande área limpa, branca no entorno da mancha de tinta, levemente deslocada do centro físico da tela. É um quadro de grandes dimensões (220 x 196 cm), o que o torna ainda mais impressionante. E ao mesmo tempo que percebêmos a iminente abstração presente na tela, vemos certo grau de figuração ao relacionarmos o nome ao conteúdo da obra. O termo "casca" remete a algo próximo a proteção, consequentemente, vitalidade, e na tela encontramos ambos elementos presentes respectivamente na cores derivadas do marrom na base da mancha e do vermelho, na sua área superior. Enquanto na parte inferior, essa "casca" possui veios bem marcados, com cores fortes, constrastando os ocres aos marrons e aos pretos, no vermelho há uma diluição, um certo caráter homogênio que engrandece essa contraposição das áreas da pintura. O gesto da artista em ambas áreas também prestam a essa impressão de interior/exterior a que o termo "casca" nos fala. O diálogo com o nome da série "Cascas" é fundamental à fruição da obra, bem como às demais telas.

Outra série sua, a série "vermelho" acaba chegando nesse mesmo diálogo nome e obra. O mesmo vermelho que antes nos lembrava certo organismo pulsante agora se encontra espalhado, fluido embora travado, ao longo da tela. Esse paradoxo "fluxo x estagnação" é um dos pontos de maior interesse na obra, pois embora esse vermelho seja expansivo, seu contraste com o branco é bastante forte, e as áreas onde aparece a tinta falha pela sua escasses no pincel da artista tornam esse sentido de estagnação bastante proeminente e expressivo. Ao contrário da série anterior, onde havia um núcleo na tela, um ponto pulsante, nessa há um esparramado por todo o campo, que transmite certa continuidade vertical que na outra não havia, chegando a instigar o observador a imaginar suas continuações, figurativando a abstração da tela.

Para mais sobre a artista, outros trabalhos no site do canal contemporâneo.

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