Não estou postando tanto quanto queria e deveria, mas... Vamos que vamos! Prometo no próximo post colocar algum artista português, já que Portugal tem entrado razoavelmente bastante nesse deficiente blog. Por enquanto, voltemos ao minimalismo.
Pode-se considerar Jasper Johns como um dos pais do minimalismo, junto com Robert Rauschenberg, artsta comentado em post anterior. Ambos bastante influenciados por John Cage, trabalham com um tipo de arte chamada Assemblages, que são colagens com elementos tridimensionais. Essa obra ao lado,
target with four faces, junto com a bandeira americana são as mais conhecidas obras de Johns. Sua obra influenciou fortemente a pop art, assim como o minimalismo, mas ele mesmo não fez parte de corrente artistica nenhuma.
O ponto de contato entre John e o minimalismo está como que na "dessacralização"da obra de arte. Johns cria objetos, abre mão da pintura pura, ou da escultura pura, assim como o minimalismo. No entanto, coloca em sua obra seus traços pessoais, afinal, seus alvos são pintados à mão, assim como seus elementos 3D. O minimalismo, pelo contrário, joga a execução da obra à indústria, pois querem a padronização e a serialização.
No trabalho acima efetua essa mistura de elementos, colocando juntos um alvo pintado por ele mesmo e quatro rostos de pessoas moldados em gesso. Embora há quem diga que o próprio artista disse não haver significado algum por trás do trabalho, este acaba remetendo a coisas que podem ser interpretadas e oferecer um sentido maior ao trabalho.
Na parte superior, quatro rostos. O que chama a atenção é não possuirem olhos, tornando-se rostos "assexuados", e inexpressivos. Acabam contrastando com o alvo abaixo, que por possuir os traços do artista, ganham grande expressividade, extravasando o que seria um simples alvo, onde se atiram dardos, e de certa forma, ironizando o expressionismo abstrato americano. Ironizando porque, ao trabalhar com a expressão, John a utiliza num "elemento" geométrico e frio como um alvo, algo por si inexpressivo. Mistura seu mundo subjetivo ao objetivismo convencional que se coloca num "alvo". E, o contrário do que colocava o expressionismo abstrato, onde a expressão é algo do homem e inerente a ele, John tira todo sentimento de seus rostos, tornando-os como que os próprios alvos: homens sem expressão não aparentam sofrer com as ações externas. Dardos jogados batem, prendem, furam, mas aparentemente não mundam sua condição geral, a não ser que se olhe de perto, onde marcas permanecerão indefinidamente. Assim, a verdadeira expressão humana não esta propriamente na sua exteriorização, pois exteriorizar algo subjetivo é tentar objetivar o sentimento. A verdadeira expressão está dentro do homem, e lá permanece.
Para mais sobre John, vale entrar no site do MoMA.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
...objetos expressivos...
Marcadores: Arte Pop, Assemblage, Jaspers Johns, minimalismo
domingo, 13 de abril de 2008
...profissão: estudante...
Dias 5 e 6 aconteceram na Casa de Cultura de Santo Amaro uma exposição organizada por 5 alunos do curso de Artes Visuais de São Paulo. Como estudantes, um assunto certo de abordagem é a arte. A arte falando da arte. Por que assunto de abordagem certa? Ora, enqunato estudantes, eles necessitam de conhecer os "limites" da arte, seu futuro campo de atuação, questionando sua validade, e outros pontos importantes.
"!", 2007, de Bruna Kim Oshiro, é uma xilogravura bastante interessante sobre esse questionamento. A Xilogravura é um suporte, um meio de fazer, bastante interessante, mas de uma tradição pré-moderna, onde a imagem era, junto da escultura, o que se fazia nas artes visuais. Os períodos moderno e pós-modernos ampliaram essa gama de meios, agregando a imagem e a escultura as instalações, as video-artes, web-art, land art, object art, performances, etc. Desse modo, ao questionar o terreno da arte contemporanea, Bruna coloca um meio que não é mais tão comum à arte contemprânea. Um exemplo disso encontra-se no livro "Rumos", do Itaú Cultural, onde diversos críticos de arte viajam o Brasil para traçar os Rumos das artes plásticas dos jovens artistas. E o que eles classificavam como modos "avançados", e não parados no tempo, eram de estudantes performáticos e que trabalhavam com instalações, como se o campo artístico contemporãneo devesse se restringir a esses dois. Ora, o trabalho de Bruna de certa maneira brinca com esse tipo de posição. Na imagem, vemos a figura dos olhos da famosa "Monalisa", de DaVinci, quadro clássico do renascimento, adorada por todos no mundo inteiro (às vezes adorada até demais...). Os olhos da Musa se encontram numa fresta, espiando, averiguando, bisbilhotando o que se faz do outro lado, ou seja, numa sala de arte contemporãnea, como que se perguntando: "que acontece? Qual é o meu lugar nesse local? Aqui eu não sou arte", dando sentido ao nome exclamativo, num tom de espanto, frisando a pergunta que Jaime Lauriano, outro estudante, coloca abaixo do adesivo com o nome de cada obra: qual é o valor da imagem na arte contemporanea?
Há lugar? Deveria haver?
Para mais fotos da exposição, e trabalhos da estudante, acessem seu blog.
Marcadores: arte contemporânea, Bruna Kim, exposição de arte, xilogravura
terça-feira, 8 de abril de 2008
...a ordem do caos...
Eva Hesse, nascida em 1936 e falecida em 70, é uma das artistas que mais mudaram e contribuiram para o panorama artístico de sua época. Com trabalhos nos mais diversos suportes, com os mais diversos materiais, sepre buscava a transgressão do que a limitava na arte e na sociedade.
Marcadores: Acessão II, Eva Hesse, expressionismo abstrato, minimalismo
quinta-feira, 3 de abril de 2008
...paradoxo do espaço...

Marcadores: arquitetura, brancusi, coluna, escultura, José Spaniol, minimalismo, richard serra
terça-feira, 1 de abril de 2008
...pesquisa espacial...
Depois de um longo período sem novas postagens por conta de um serviço que consumia grande parte do meu tempo, retorno às postagens. Espero que agora mais constante que antes.

Marcadores: david batchelor, Donald Judd, minimalismo