terça-feira, 29 de janeiro de 2008

...la guitare...

A Guitarra, 1914, de Pablo Picasso, foi um marco na história da escultura. O Cubismo já se vinha sendo desenvolvido há alguns anos pela europa, com o próprio Pablo e com Braque à frente do movimento. Com o intuito de demonstrar uma nova maneira de encarar a realidade, o cubismo abre mão das emoções, das impressões, e de tudo que meche com a percepção pura e simples, para criar uma nova maneira de figuração.
Como a perspectiva não passa de ilusão, de uma brincadeira que se faz com o olhar e com a mente do espectador, o cubismo resolve dar ao espectador diversas vistas que não teria de apenas um ponto de vista. São vários lados de um mesmo objeto representados planificadamente.
A Guitarra é a aplicação desse conceito à escultura. Além disso, o material, a execução, a aparência, a falta de acabamento, etc., tudo é um questionamento do que se vinha fazendo até o momento no campo da escultura. Não há polimento, nem aparação das rebarbas, o material se encontra no estado bruto, revelando e expondo um violão de maneira que a percepção usual não o perceberia. Para isso que a arte cubista veio: para ampliar os horizontes do que se entendia por aparência, por visão, por ilusão, e, finalmente, por realidade, afinal, a realidade subjetiva é formada pela percepção dos sentidos e intuitiva, e essa escultura, por exemplo, expande o que se pensa como um violão. Leia mais sobre a guitarra de picasso no site do MoMA, onde ela agora se encontra exposta.

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