domingo, 24 de fevereiro de 2008

...dois é um...

Robert Rauschenberg é um dos grandes artistas que fizeram da década de 50 uma das viradas na história da arte. Num momento pós guerra, numa europa em crise, tanto econômica quanto artística, surgem nos Estados Unidos artistas de qualidade excepcional que acabaram, entre outros fatores como a migração de artistas, a mudar o centro da arte mundial de Paris para Nova Iorque, e Rauschenberg está entre estes grandes. Considerado como um dos precursores e posteriormente participante da Pop Art, sua abordagem artística possui características que o aproximam bastante de Duchamp e outros Dadaístas no sentido de inserção de conceitos em suas obras.
Em Factum I ,1957 , Rauschenberg cria uma tela com colagens e gestos de tinta, e logo em seguida, cria outra tela idêntica. Ora, a segunda obra possui os mesmos adjetivos que fazem da primeira uma obra de arte, ou é considerada cópia? Mas como pode ser cópia se quem fez é o próprio Robert Rauschenberg? O nome que ele dá a sua obra, Factum I, já é um questionamento a esse respeito: uma obra de arte é um fato único? Pode ser refeito? De Chirico, pintor, obteve bastante sucesso com telas surrealistas, embora não as considerasse dessa maneira. No final da vida, quando não mais vendia seus quadros, recomeçou a pintar suas grandes obras do periodo surreal, e quando diziam que estava copiando, respondia perguntando como poderia copiar algo que era ele mesmo que havia feito? A obra era dele e pronto. Ele pintava o que queria.
De certa forma, essa visão tira a aura da obra de arte, como evento único e envolto em certa mística, banalizando o que se tem por arte. Uma obra não pode ser apreciada, embora imperfeitamente, atravéz de uma foto via internet ( elemento de democratização do acesso à arte)?
Segue link para texto a respeito de Robert Rauschenberg.

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